sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Por que não temos um ranking oficial brasileiro?


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Para quem acompanha o nosso Blog, assim como outros blogs e sites sobre nomes, já deve ter reparado que não temos um ranking brasileiro de nomes, oficial e abrangente. Dispomos do ranking organizado pelo BabyCenter, que não é oficial, é um levantamento por amostragem baseado nos nomes dos bebês dos usuários do site nascidos naquele ano, que pode ser influenciado por inúmeros fatores para não ser fiel à realidade, como 1) muitos dos usuários são portugueses ou de outros países de língua portuguesa; 2) muitos usuários são fakes. Então, embora ele seja nacional, ele não é oficial e nem seguro.

A lista divulgada pela Arpen/SP, uma espécie de associação dos cartórios de registro civil de São Paulo é oficial, porém, não é abrangente: ela se refere apenas à bebês nascidos em São Paulo durante o ano. Claro que São Paulo é um estado grande em termos de população, então a lista da Arpen/SP é bastante representativa, mas não é abrangente, pois deixa de fora os outros estados brasileiros e o Distrito Federal.

Ainda temos a ferramenta do IBGE intitulada “Nomes no Brasil”, que é “oficial” e é “abrangente”, mas também vem com um defeito: ela só leva em consideração dados até a data do último Censo, ou seja, 2010. Então, os nomes usados depois disso ficam fora da contagem.

Diante de tudo isso temos uma lista que é nacional mas não é oficial, uma que é oficial mas não é nacional, e uma que é nacional e oficial, mas só leva em conta nascimentos até 2010.

Existem inúmeros países do mundo que tem rankins oficiais, conforme já foi divulgado aqui no Blog, entre eles, Estados Unidos, Inglaterra, Portugal, França, Espanha, etc. Na América do Sul, apenas o Chile divulga um ranking anual, até onde sabemos. O Brasil, infelizmente, ainda não tem um ranking.

Por que não temos um ranking brasileiro? Em busca da resposta, entramos em contato com a Arpen/SP, que nos respondeu gentil e prontamente. Segundo o responsável pelo e-mail, Alexandre Lacerda, a possibilidade do levantamento de dados divulgado pela Arpen/SP só foi possível em razão da criação da Central Nacional de Informações do Registro Civil (CRC Nacional), que se originou de uma iniciativa do Estado de São Paulo em 2012. Para esta central, todos os cartórios devem enviar a cada 10 dias todos os nascimentos, casamentos e óbitos lavrados em suas unidades.

Desde a criação da Central no estado de São Paulo, outros estados integraram-se e hoje já existe o mesmo sistema em Santa Catarina, Espirito Santo, Acre e Pernambuco. Outros ainda estão em fase de integração ou então em procedimento de criação de bases de dados próprias. Desta forma, de acordo com Alexandre, temos apenas dados dos Estados acima listados – porém, ainda não são divulgados os rankings completos.

Desse modo, a Associação Nacional dos Cartórios não tem como conseguir um levantamento desse nível nacionalmente, pois nem todos os cartórios do Brasil estão informatizados, o que impossibilita a busca de informações. É por isso que ao escrever sobre um nome, e dar sua estimativa de uso, fazemos uma salada de frutas e usamos vários dados: desde a lista da Arpen/SP, como do BabyCenter e do IBGE.

Ficamos no aguardo de uma lista nacional em breve, afinal, em tempos de mundo informatizado, de tecnologias, é impossível que os cartórios não consigam se conectar e compartilhar dados.







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