sábado, 8 de outubro de 2016

Menechiella

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Menechiella foi um nome usado por Giambattista Basile, em O Pentameron (Pentamerone), escrito no século 17. Basile foi um poeta napolitano e também soldado, sua irmã Adriana era compositora e cantora e sua filha Leanora, inspirou John Milton quando a ouviu cantar em Roma. Sua irmã ajudou a compilar os contos populares e contos de fada, que são afinal, pelo que Basile é mais lembrado. 

Ele guardou e modificou os contos em seu dialeto local, colocando-os em dois volumes, sendo que muitas histórias foram recontadas depois pelos Irmãos Grinn, incluindo Cinderela, Rapunzel, o Gato de Botas e Bela Adormecida. “O Pentameron” foi o título dado por que a escrita de Basile foi organizada da mesma forma que Decameron, de Boccacio.

Em “Lo mercante”, Menechiella é uma princesa muito bonita, que vive em um reino onde um monstro de sete cabeças tomou a coroa, e exige um ser humano para o jantar todos os dias. Quando chega a vez da Princesa Menechiella ser o jantar do monstro, todos no reino ficam muito tristes, e ainda assim ninguém tem qualquer solução para o dilema.

Um transeunte, chamado Cienzo, filho de um comerciante e que tem um grande coração, bravamente mata o monstro e traz Menechiella de volta a seu pai. Em vez de se apresentar para ganhar um prêmio, ele vai a uma taberna para pensar. O rei quer recompensar a pessoa que salvou a sua filha, mas, sem saber exatamente quem era, envia um mensageiro para encontra-lo. Um outro homem oportunista, vê nisso uma grande chance e se apresenta para reivindicar a recompensa. O rei, muito feliz, lhe dá a sua coroa.

Cienzo, ao ouvir a notícia, informa ao rei e à sua filha que eles foram enganados. O rei desfaz o engano, e Menechiella é dada à Cienzo em casamento. O final feliz deveria estar aqui, mas em vez disso, Cienzo vê uma mulher bonita em outra casa e vai vê-la, esgueirando-se pelas costas de Menechiella. Mas essa mulher tão linda é uma feiticeira malvada que mantêm preso Cienzo. O irmão dele, Meo, viaja para descobrir o que aconteceu com seu irmão, mas eles são tão parecidos que Menechiella pensa que Meo é o marido dela, uma vez que eram tão iguais, e ela passa o dia com ele e vai para a cama com seu cunhado.

Na manhã seguinte, Meo descobre que que Cienzo está sendo mantido em cativeiro, mata a feiticeira e começa a contar a ele sobre a noite anterior. Cienzo, sem ouvir a explicação completa, corta a cabeça do seu irmão. No entanto, uma vez que sua esposa lhe explica em detalhes, Meo é magicamente reanimado e todos vivem felizes para sempre. É preciso salientar que, como uma história para adultos, é bem-humorada e cheia de tropeços. Você pode ler o conto completo aqui.

Menechiella não é um nome de bebê que tenha sido utilizado em algum momento, mas Menechella e Menechiella podem ser encontrados como sobrenome. Pesquisei e encontrei também variantes de sobrenome Menechelli e Menichelli, que possivelmente estão relacionados. Não há significado do nome em lugar algum, supondo então que foi inventado por Basile para sua personagem e depois apropriaram-se como sobrenome, ou o contrário, primeiro foi usado como sobrenome e depois apropriado por Basile para seu conto.

Evidentemente, não há a mais remota notícia do uso de Menechiella como nome próprio no Brasil, de modo que não temos referências. Quem procura um nome com pegada literária e medieval, que é único, exclusivo e sem a mais miserável possibilidade de homônimos, Menechiella é o nome certo. 





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