sábado, 18 de junho de 2016

Conceição

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Conceição é um nome que vem de um atributo religioso – no caso, Nossa Senhora da Conceição – que advém do dogma católico referente à Imaculada Conceição, ou seja, a concepção (gravidez) da Virgem Maria, sem macha (do latim, macula), ou mácula, enfim, do “pecado original”. Segundo esse dogma, Maria teria sido preservada por Deus, de modo que engravidou sem a necessidade de um homem para isso.

Em São Paulo, no ano de 2015, foi registrada apenas 1 menina chamada Conceição, o que foi uma surpresa por que eu não esperava encontrar nenhuma. É um nome muito ligado ao tempo dos nossos avós, ultrapassado, antigo e demasiadamente ligado à religião, especialmente a católica. Além disso, o significado - excluindo a perspectiva religiosa da gestação de Maria livre do ato sexual – é ridículo. Quem é que quer um nome cujo significado é “concepção”?

É um nome que parece envolvo em opções bem delimitadas, como homenagem à uma avó por exemplo – que possivelmente era uma pessoa extraordinariamente querida que não tinha um nome tão legal assim – ou então, cumprindo uma promessa por conta de alguma doença na gestação ou complicações no parto. Realmente é difícil considerar Conceição um bom nome, mesmo para escrever uma postagem imparcial.

O nome geralmente era usado no composto Maria da Conceição, mas geralmente as pessoas eram chamadas por apelidos: Ção, Concha, Conchita. Hoje em dia, no Brasil, encontra-se muito mais o sobrenome do que o nome. Há muitas pessoas cujo sobrenome é Conceição ou ainda, da Conceição. Mesmo em Portugal, que é um país ultraconservador e bastante católico, ligado à religião, de modo que isso se reflete no modo de nomear os filhos, Conceição só teve um registro em 2015. Já Concha, um dos apelidos de Conceição, teve 13 registros.


No caso de ser terminantemente obrigada a usar alguma das versões desse nome, eu ficaria com Concepción, sua variante espanhola. 




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