terça-feira, 31 de maio de 2016

Romanella

A modelo argentina e esposa de Saviola,
Romanella Amato. 

Romanella é uma variante diminutiva do nome italiano Romana, que por sua vez vem do latim “romanus” e que obviamente, significa “romana”, no sentido de “habitante de Roma”.

O nome tem certa repercussão na Argentina e outros países sul-americanos de língua espanhola, mas nunca em demasia. No Brasil, é razoavelmente conhecida do público a modelo argentina e esposa do jogador Javier Saviola, que atualmente joga pelo River Plate, que se chama Romanela Amato.

A única referência que encontrei foi essa, e algumas moças da Argentina no facebook. Porém, com o amor dos brasileiros por essa terminação (Isabella, Gabriela, Rafaela, Manuela) e mais recentemente, a inclusão de Antonella e Fiorella nesses nomes “alvo” das modinhas por aqui, acredito que Romanella possa ser visualizado com mais familiaridade e carinho, assim como Ornella (2 registros em SP) e Brunella (1 registro em SP), embora esse último seja mais difícil.

No site Todo Papás, encontrei essas variantes, mas muitas delas, acredito eu, são nomes adaptados:  Romah  Ramain  Romaina  Romainah Romana  Romanah  Romanda  Romanel  Romanela  Romanele  Romanelle  Romanique  Romayna  Romaynah  Romayne Romel  Romela  Romelah  Romele  Romelle  Romilda  Romildah  Romilde  Romina Rominah  Romine  Romyn Romyna  Romynah  Romyne  Romaine

Consegui achar interessante a variante Romanelle e também Romanique, mas admito que não seria capaz de usar a segunda. 



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Iacina & Yacina




Iacina é um nome indígena, de origem tupi-guarani predominantemente feminino, que presumivelmente significa “borboleta com asas douradas”.

Não é um nome que tenha registros recentes nas listas disponíveis, e por nunca ter sido comum, é difícil também de encontrar referências, exceto perfis no facebook e outras redes sociais.

Quando se trata de nomes indígenas, esbarramos na pouca fidelidade das fontes da Internet e na dificuldade de encontrar nomes nas raríssimas publicações de linguista que tratam deste assunto.

A grande maioria dos nomes que encontramos como origem indígena (na maioria deles, tupi), pode muito bem estar relacionada a uma etimologia falsa: é fácil inventar um nome indígena com a terminação “ira” ou “ara”, dizer que é indígena e criar qualquer significado que agrade aos possíveis pais sedentos por um nome com significado fofo e simbologia indígena para seus filhos.

É possível citar dois exemplos bem recorrentes disso: Iracema, a virgem dos lábios de mel, do clássico romance de José de Alencar, não é um nome indígena: é sim, um anagrama de América, criado pelo autor para parecer indígena. Ele foi feliz na sua criação: O elemento tupi “ira” geralmente está relacionado a mel, e a terminação -ema é encontrada no recorrente nome indígena Moema, ou ainda, em Apoema.

No outro exemplo, os roteiristas responsáveis, na ocasião da minissérie A Muralha (baseado no livro de Dinah Siqueira de Queiroz) inventaram o nome Moatira para o papel interpretado por Maria Maya. O nome não é indígena e não existe, mas ficou bem "apresentável' como indígena.

Então, como nomes indígenas fazem parte de dois grupos distintos – aqueles que são usados e conhecidos pela ampla maioria dos brasileiros e aqueles que são raros, exóticos e desconhecidos de todos, aqueles que fazem parte do segundo grupo acabam sendo difíceis de dissertar sobre. Iacina é um deles.

O significado, se verdadeiro, é um dos mais poéticos que já vi, além disso, muito ligado com a natureza e com a beleza dela. Mas não sabemos se é verdadeiro, infelizmente. Supomos também que a variante Yacina seja também correta, uma vez que muitos nomes indígenas são grafados com Y.

As iniciais do nome são encontrados em Yara, por exemplo, e a terminação é bem conhecida de todos, pois está presente em nomes como Marina, Cristina, Valentina.
Iacina é um romance indígena, publicado em 1907, de autoria de Lindolfo Rocha, um escritor e jornalista brasileiro.



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segunda-feira, 30 de maio de 2016

Theon

Alfie Allen, como Theon Greyjoy


Bem, apesar de trair toda a família Stark e ter matado alguns personagens legais, ter feito umas quantas maldades e depois de ter comido o pão que Ramsay amassou, o nome Theon apareceu na lista de registros norte-americana, e é quase tão popular quanto o do mocinho Ned Stark. Nos Estados Unidos, em 2015, foram 12 registros de Theon e 17 registros de Ned.

No Reino Unido Theon fez um pouquinho mais de sucesso, e são 18 meninos nascidos xarás do semi-vilão em 2014. Não por acaso, as aparições de Theon nos rankings dos EUA e da Inglaterra começaram depois de 2011, quando a série estreou por lá.

Aparentemente, Theon é uma derivação de θεόν (Theon), do grego, que significa “dos deuses”, um significado parecido com o nosso famoso e popular Theo. Theon de Esmirna foi um filósofo e matemático grego do século II d.C.

Assim, apesar de George R.R. Martin ter sido muito criativo com a invenção de alguns nomes, no caso de Theon, ele pegou emprestado um que já existia. O personagem já aparece no primeiro livro da série, “Guerra dos Tronos”, publicado pela primeira vez em inglês em 1996. Resumidamente, Theon cresceu em Winterfell como protegido de Eddard Stark, que o levou para o norte como refém de guerra.

Quando a Guerra dos Tronos começa, Theon se tornou um braço direito de Robb, até que foi enviado para conhecer seu pai verdadeiro – Balon Greyjoy, e acabou se voltando contra o amigo e invadindo o norte.

Ele então toma Winterfell, e se acha muito poderoso até cair nas mãos de Ramsay Bolton, famoso por ser o filho bastardo de Roose Bolton, lordes do Forte do Pavor, cujo símbolo é um homem esfolado. Não por acaso. Então, o destino do nosso Theon é se transformar no “Fedor”, uma espécie de animal de estimação de Ramsay.
Segundo algumas reportagens na Internet, George R.R. Martin teria se inspirado em George Plantagenet, irmão de Edward IV de York que, assim como personagem fictício, começou a Guerra das Rosas lutando como aliado do monarca, para no decorrer das batalhas, se bandear para o lado do inimigo – nesse caso, os Lancaster – e quando a guerra acabou, com Edward vitorioso, o vira-casaca foi afogado num barril de vinho.

O fim real foi bem menos violento do que as torturas que Theon foi submetido. De qualquer modo, não é um dos personagens mais legais da trama – pelo menos até então – e com certeza sua história ou sua personalidade não me fariam querer homenageá-lo, mesmo sendo super fã das Crônicas de Gelo e Fogo (livros) e acompanhar também assiduamente a série.

De qualquer modo, Theon parece estar vindo com força nos países de língua anglófona e não demora para chegar aqui, uma vez que pode ser um substituto interessante para nomes nórdicos como Thor, por exemplo, e aqui, uma alternativa ao nome “modinha”, Theo.

Outras referências:

Theon de Samos, um pintor grego da era de Alexandre, o Grande. Algumas fontes o chamam de Theorus. 

Theon é o vocalista da banda de rock da Finlândia chamada Lovex.

Theon de Alexandria, foi um estudioso e matemático grego que viveu em Alexandria, Egito.

Theon de Alexandria foi outro homônimo ao mencionado acima, mas que ensinou em Roma, nos reinados dos imperadores Augusto e Tibério e foi sucedido por Apion. 



Iaceê




Iaceê é um nome indígena, predominantemente feminino, de origem tupi-guarani que significa “Poder de telepatia” ou “aquela que lê pensamentos”. Essa foi a única informação que encontrei sobre esse nome, e mesmo assim ela não é 100% confiável, pois etimologia indígena, especialmente em torno do tupi-guarani, que é considerada uma das línguas "mortas" (quer dizer, não mais falada em território algum). 

Faltou estudo e dedicação de linguistas e antropólogos para mapear a língua tupi-guarani de modo que pudéssemos ter alguma segurança sobre o significado das palavras de origem indígena. Porém, isso não aconteceu. E como o tupi-guarani era uma língua com muitos dialetos, os significados podem variar bastante, sem deixar de serem parcialmente corretos. 

Iaceê não é um nome que tenha muitas referências. Nenhum registro nas listas brasileiras disponíveis, poucas referências de pessoas reais. Muitas nomeações de blogs sobre espiritualidade. Sabe-se que é indígena, porém, pouco uso se fez dele até então, mesmo em obras televisivas, cinematográficas ou literárias. 

Alguns sites de videntes ou sobre vidência, associado ao significado. Pessoas mesmo, só encontrei algumas no facebook, todas do sexo feminino e talvez na faixa dos trinta aos cinquenta anos.

Quem nascer com esse nome tem a garantia de possuir um nome raro e interessante, ousado e diferente, carregado da simbologia indígena. 



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domingo, 29 de maio de 2016

Maíra & Mayra




Maíra é um nome indígena, predominantemente feminino, que provavelmente origina-se do tupi-guarani, derivado de “mair”, o nome que os indígenas davam aos franceses. Pode estar relacionado à pessoas com a pele clara. Na maioria dos sites, são significados que se encontram: “heroína mítica", "francesa", "branca estrangeira", "estrangeira loura".

A partir dessa palavra surge o termo Mairi, que era utilizado por essa que é uma das principais tribos indígenas do Brasil - a tribo tupi - para se referir aos povoados de franceses, termo que com o passar do tempo foi traduzido para o significado de “cidade”.
Além da grafia Maíra, encontramos também a variante Mayra. Ambas estão corretas, visto que os indígenas não tinham letras, alfabetos ou símbolos para grafar as suas palavras.

Alguns sites dizem que é um nome indígena tupi cujo significado tem algo a ver com “mel” (ira = mel). Apesar de existir vários nomes com o elemento “ira”, como por exemplo, Irapuã (mel redondo), existe muita etimologia falsa quanto ao tupi-guarani, até por ser uma língua sem registros escritos e não mais falada no país, uma língua morta. Mesmo em livros sérios, desenvolvidos por linguistas e antropólogos, muita coisa pode ser especulação.

Nessas horas, vou usar a navalha de Occan: entre duas hipóteses igualmente possíveis, a mais simples é quase certamente a correta, por isso, vou ficar com o significado mais simples, que é “estrangeira, de pele clara”. Entretanto, sempre é bom levar em consideração as diversas probabilidades.

Por exemplo, em vários sites o significado “estrangeira, francesa, de pele clara” é dado para Maira, sem acento. Só que Maira pode ser uma forma feminina de Maria na Lituânia, bem distante de ser indígena. Por outro lado, encontrei durante as minhas pesquisas a palavra Mairá (Humirianthera Duckei) que define um arbusto da família das Icacináceas, também chamado de mandiocaçu.

Fica muito difícil estabelecer algo verdadeiro em termos de nomes indígenas, já que apesar de muita pesquisa, não consegui descobrir com precisão o que significa o sufixo “ma” em tupi-guarani. Assim, também não sei até que ponto a pronúncia e a colocação do acento (ou não) em determinada sílaba muda o significado ou sentido da palavra. Outra possibilidade é que o acento tenha sido adicionado por eufonia em algum momento.

No estado de São Paulo, em 2015, segundo a Arpen/SP, foram registrados 22 meninas chamadas Maíra. Sem acentuação, Maira, foi registrado 17 vezes. Já a variação Mayra, que eu penso que pronuncia-se da mesma forma, teve 121 registros.

Maíra nunca foi um nome comum no Brasil, embora tenha atingido um pouco mais de sucesso na década de 90. Por isso, além de bastante original e exclusivo, continua atual. É um dos melhores nomes indígenas femininos que existem, na minha opinião. Maíra é o nome de 56.236 pessoas, segundo o IBGE (Nomes no Brasil, Censo 2010), sendo que a grande maioria delas nasceu nos anos 90, enquanto Mayra é o nome de 20.861 pessoas.

Embora a lista de SP conte com vários nomes terminados em “ira”, Samira (166), Safira (58), Naíra (10), Kira (6), Lira (3), Amira (2), Anaíra, etc., continuo achando Maíra  o melhor, ficando atrás apenas de Lira. Além disso, é importante informar que o nome está no top 100 do Chile, no ano de 2013, na posição 72.

Escolher um nome indígena pra sua filha reflete a identidade nacional brasileira e o respeito pela nossa cultura. Os nomes indígenas são um dos tipos de símbolos dessa cultura, e por isso, não deixam de ser populares entre brasileiros. 

Maíra também está presente na literatura brasileira. Há um romance escrito pelo antropólogo brasileiro Darcy Ribeiro, publicado pela primeira vez em 1976, que é bastante oportuno para entender o conflito de seres que se separam das suas raízes culturais e buscam recuperar sua identidade. Em Maíra, Darcy Robeiro revive as emoções dos anos em que conviveu com os índios, seu tema é a dor e o gozo dos índios.

Algumas referências:

Maíra Charken — atriz, dançarina, cantora e humorista brasileira
Maíra Dvorek — atriz brasileira
Maíra Vieira — modelo brasileira
Maíra Faria de Góes – é uma atriz, dubladora e diretora de dublagem brasileira.
Maíra Charken -  é uma atriz, dançarina, cantora e humorista brasileira.






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Astrid

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Astrid é a forma moderna de Ástrídr, um nome derivado dos elementos do nórdico antigo “ass” (deus) e “frídr” (belo, amado). O primeiro elemento se encontra também nos nomes Asbjorn, Asmund, etc. e o segundo elemento encontra-se também em Gudrídr, Sigrid e Ingrid. Um nome relacionado existia no alto alemão, Ansitruda ou Anstruda, composto por “ansi” (deus) e trut (amado, querido), e por vezes, Anstruda é dito como variante de Astrid.

De qualquer modo, embora não seja nem de longe o significado, Astrid lembra-me algo astrológico, como a palavra “astro” ou “astronomia”.

Outras variantes incluem Asta, Sassa (sueco), Asta (norueguês), Ástrídr (escandinavo antigo), Astryda (polonês), Astride (letão). Uma portadora notável é Astrid Lindgren, uma escritora de livros infantis.

É um nome feminino escandinavo, porém, bastante usado em outras línguas. É reconhecido em muitos países, sendo popular em vários deles, o que poderia qualifica-lo como internacional. Confira alguns países nos quais Astrid encontra-se no ranking de nomes mais usados:

Estados Unidos: classificado em # 890
Inglaterra e País de Gales: classificado em # 486
Dinamarca: classificado em # 41
França: Classificado em # 425
Noruega: classificado em # 44
Suécia:  Classificado em #18
Suíça: Classificado em #97 (em 1974, já que o nome ficou no top 100 por lá desde 1951 até 1974)

Além dos idiomas escandinavos, nos quais se origina, o uso do nome se espalhou mais ou menos amplamente, também em várias outras línguas. Ele se expandiu, ainda na forma Astrid, em italiano, espanhol, catalão, francês, alemão, inglês e, embora em menor escala, português. Além disso, passou por adaptações em outros idiomas.

Na Itália, por exemplo, ele ficou conhecido pela reputação de Astrid da Suécia, Rainha da Bélgica; Nenhuma santa portou o nome de Astrid, então, o nome é adéspota, porém, os italianos comemoram no dia 17 de outubro, dia de Santa Anstrude, abadessa de Saint-Jean de Laon.

No Brasil, Astrid é o nome de 745 pessoas, das quais a maioria nasceu na década de 60, e o estado onde são mais frequentes é Santa Catarina. A variante Astride também tem 282 representantes, também a maior parte na década de 60.

Na lista da Arpen/SP de 2015, abrangendo apenas o estado de São Paulo, constam apenas 2 registros de Astrid. Vejo esse nome como sendo raro, elegante, refinado e com potencial de crescimento. Ele é subutilizado no Brasil, mas isso é uma questão de descobrir o nome. Não gosto nada da variante Astride, pois dependendo da região do Brasil, a pronúncia fica feia. Além disso, Astrid leio “Ástrid” enquanto Astride leio “astríde”.

Referências:

Astrid da Bélgica, princesa belga.
Astrid da Noruega, princesa norueguesa;
Astrid da Suécia, princesa sueca e rainha da Bélgica.
Astrid Berndt, esgrimista alemã;
Astrid M. Fünderich, atriz alemã;
Astrid Guyart, esgrimista francesa;
Astrid Carolina Herrera Irrazábal, modelo venezuelana;
Astrid Uhrenholdt Jacobsen, atleta norueguesa;
Astrid Kirchherr, fotógrafa alemã;
Astrid Kumbernuss, atleta alemã;
Astrid Lindgren, escritora sueca;
Astrid Lødemel, esquiadora alpina norueguesa;
Astrid Lulling, política luxemburguesa;
Astrid Meloni, atriz italiana;
Astrid Strauss, nadadora alemã;
Astrid van der Veen, cantora holandesa;
Astrid Varnay, soprano sueca naturalizada norte-americana;

Astrid Yunadi, modelo da Indonésia.



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sexta-feira, 27 de maio de 2016

Irapuã




Irapuã é um nome indígena, supõe-se, de origem tupi-guarani, predominantemente do sexo masculino, que significaria “colmeia em formato arredondado” ou então, mais simplesmente, “mel redondo”. A verdade é que pouco sabemos sobre a língua tupi-guarani pois registros adequados não foram feitos, e o idioma e dialetos acabaram se perdendo.

Irapuã, no romance indianista “Iracema”, de José de Alencar, é o chefe dos tabajaras, manhoso, traiçoeiro, ciumento, corajoso, valente, um grande guerreiro. Estava sempre lembrando Iracema sobre a necessidade de se conservar virgem, pois ela guardava o segredo de Jurema. De certa forma, Irapuã representa, com sua oposição, um esforço no sentimento de guardar e preservar as tradições indígenas.

Dessa forma, além de ser um nome indígena que recupera as raízes do povo brasileiro, possui belas conexões literárias com um dos maiores romances da literatura brasileira.

Embora tenha a mesma terminação do indígena popularíssimo Cauã (ou Kauã), Irapuã não faz o mesmo sucesso. Não há registros na lista da Arpen/SP 2015, nem a do ano anterior. Além de vários Cauã (628) e Kauã (1235), temos ainda registros de Tauã (7), Nauã (4) e Rauã (1), que nesse momento, não posso afirmar com certeza de onde surgiram e se tem alguma ligação indígena. A terminação encontra repercussão em várias famílias, mas Irapuã ainda não teve sua chance.

Entretanto, no facebook, além de achar uma boa quantidade de rapazes chamados Irapuã, ainda achei uma outra quantia chamada Irapuan, com alteração gráfica.

A Irapuã (Trigona spinipes) é uma abelha social brasileira, da subfamília dos meliponíneos, de coloração negra reluzente e extremamente agressiva. Ela ataca inclusive outras abelhas. Seu nome, derivado do tupi eírapu'amel redondo», em português), em referência ao formato de sua colmeia – confirmando inclusive, o significado acima. Faz seu ninho em galhos de árvores e destrói o botão floral de algumas plantas. Pode ser chamada também de Arapu, Cupira ou abelha-cachorro, dependendo da região do Brasil.

Irapuã é um município brasileiro do estado de São Paulo e também, um distrito brasileiro do estado do Ceará. Como referências reais de pessoas, encontrei um Irapuã Beltrão, Doutor em Direito Tributário pela Universidade Gama Filho.

Segundo a ferramenta Nomes no Brasil (IBGE, Censo 2010), são 591 pessoas chamadas Irapuã no Brasil. Não é um número grande, e a maior parte deles se localiza em Pernambuco. A década em que ocorreu mais registros foi nos anos 60. 

Na variante Irapuan encontramos mais referências:

Irapuan Costa Júnior (Goiânia, 23 de dezembro de 1937), é um engenheiro e político brasileiro.
Irapuan Teixeira (Porto Alegre, 7 de dezembro de 1948) é um político brasileiro.
Irapuan Lima, foi um radialista e apresentador de TV brasileiro.
Irapuan David Lopes, mais conhecido como Gangan, foi um criminoso carioca que dominou o Morro de São Carlos, Querosene e do Zinco no final dos anos 80 até o início do século 21.





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Tendência de nomes inspirados na cultura pop

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O site Nameberry, uma espécie de guia para escolha de nomes de bebês em língua inglesa bastante visitado, publicou há certo tempo uma pesquisa que apontou quais os nomes da cultura pop e da mitologia que mais estão em alta nos Estados Unidos e Inglaterra, e que podem vir a influenciar pais e mães na escolha do nome de seus rebentos.

01. Senna e Cinna –  à vampira de “Crepúsculo” e ao estilista de “Jogos Vorazes”.
02. Niall – nome de um dos caras da banda One Direction.
03. Arya – a garota loba de “Game of Thrones”.
04. Decimus – por causa do filme “Gladiador”.
05. Caia – de uma série de livros chamada “Lunarmorte”.
06. Gatsby – por causa do livro “O Grande Gatsby”, que está sendo adaptado para o cinema por Baz Luhrmann.
07. Blue – Por causa de Yvy Blue Carter, e filha de  Jay-Z e da Béyonce.
08. Zebulon – Nome bíblico.
09. Sybil – personagem da série “Downtown Abbey”.
10. Calix – mitologia grega.
11. Halcyon – mitologia grega.
12. Django – Sim. Por causa do filme do Tarantas.
13. Nova – Outro de mitologia
14. Theon – Ele mesmo. O nosso Theon Greyjoy de “Game of Thrones”.

Acho que todo mundo já pensou um dia em batizar os filhos com o nome de nossos personagens favoritos – se eu fosse mãe na adolescência é bem provável que tivesse uma Kimberly aqui em casa, já que eu amava a Ranger Rosa de Power Rangers! – e assim, em alguns momentos, famílias mais corajosas levam isso adiante.

As Crônicas de Gelo e Fogo tem uma infinidade de nomes legais, criativos e diferenciados, e alguns pais estão usando mesmo. Se for parar para pensar os livros de George R.R Martin são praticamente um guia de escolha de nomes de bebes, dada a variedade, quantidade e qualidade dos nomes lá expostos.

Fontes:



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quinta-feira, 26 de maio de 2016

Enarê




Enarê é um nome indígena, predominantemente do gênero masculino, que supõe-se significar “deus dos rios” ou “deus dos índios”. Em algumas fontes, encontrei que Enarê era uma divindade dos parecis, antigos iratis. Apesar de ser masculino, é um nome bem neutro que não apresentaria maiores problemas em ser usado por mulheres.

Os Paresí (ou parecis) têm uma antiga história de contato com os não índios. As primeiras referências feitas a eles datam do fim do século XVII e, desde então, o contato foi se intensificando e gerando conseqüências muitas vezes devastadoras para o povo.  Cada subgrupo paresí enfrentou diferentes situações, devido à proximidade ou distância que se encontraram dos não índios. A intensa relação com os jesuítas da Missão Anchieta (MIA) quase ocasionou a extinção de um dos dialetos falados por eles e trouxe transformações nos aspectos socioculturais deste povo, já que as uniões entre os diferentes povos indígenas eram incentivadas.

No facebook, encontrei um menino chamado Enarê que mora em Fortaleza. Fora isso, não encontrei mais ninguém do sexo masculino, embora tenha aparecido três resultados de mulheres chamadas Enarê. É um dos nomes indígenas raríssimos, esquecidos e subutilizados.

Na lista da Arpen/SP, não encontrei nenhum bebê nascido no ano de 2015 chamado Enarê, e a mesma situação ocorre em 2014. Embora não tenha nenhum (ou nenhuma) Enarê, encontrei vários outros nomes – alguns inventados, outros não – com a terminação em “ê”. Listando: Kayrê, Iberê, Nauê, Aruê, Akauê, Kauê / Cauê, Keuê, Kaê / Caê, Ynaê / Inaê, Inaiê / Ynaiê, Eniê, Moniê, Crissiê, Lizziê, Juliêh, Auriê, Lidriê, Tiê, Mariê, Cainê, Renê, Kayodê, Yejidê, Maitê, Maylê. Itamê, Aymê / Aimê, Amê, Anyê, Meryê, Natalyêh, Renyê, Tawê.

Assim, se essa terminação foi capaz de agradar a tanta gente, a ponto de serem inclusive inventados nomes inexistentes, Enarê também pode ser do agrado de muita gente, considerando ainda que existe, tem significado e etimologia indígena, embora isso seja muito difícil de comprovar nos dias de hoje, dado o fato das línguas indígenas estarem, em sua maioria, mortas, e poucos registros terem sido feitos.

No IBGE (Nomes no Brasil, Censo 2010), Enarê não tem nenhum registro aparente. Isso pode acontecer quando tem menos de 20 registros, nomes estes que foram excluídos da plataforma. 

Iara e Enarê: Um amor marcado no céu para sempre” é um livro de Elisabeth Christina Rodriguez Bittencourt, que conta a lenda dessas divindades indígenas para o ponto de vista infantil. 


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Caiuá





Caiuá é um nome de origem indígena, da língua tupi-guarani que significa “aquele que mora no mato”. Aparentemente, é um nome do gênero masculino.

A nossa pesquisa por esse nome não retornou muitos resultados, por isso foi bem curta. Na verdade, descobrimos que há um município brasileiro do estado de São Paulo chamado Caiuá, existe também um Rio Caiuá, e mais outros dois municípios chamados São João do Caiuá e Santo Antônio do Caiuá.

O significado de Caiuá também é relativo aos indígenas da tribo tupi-guarani dos Caiuás, do Leste da República do Paraguai, Sudeste do Mato Grosso no Brasil e o Vale do Paranapanema. 

Os caiuás, portanto, são os indígenas dessa tribo. Por conta de conflitos nas suas terras, os Guarani-Kaiowá ficaram bastante conhecidos nas redes sociais. Essa é outra grafia do nome.

A única pessoa que encontrei na Internet com esse nome foi Caiuá Cardoso Al-Alam, professor da Universidade Federal do Pampa, campus Jaguarão. Como era de se esperar, não encontramos nenhum registro nas últimas listas do Brasil.

Segundo a ferramenta Nomes no Brasil (Censo 2010, IBGE), Caiuá tem 92 registros, dos quais 88 são homens e 4 são mulheres. Os registros ocorreram somente na década de 90, e a maior parte deles foi em São Paulo. 

Por ser um nome de origem indígena, ele pode ser uma boa opção para quem deseja resgatar as raízes do povo brasileiro. Além disso, Caiuá tem uma terminação diferenciada dos habituais nomes masculinos, deste modo, pode ser uma alternativa para quem busca nomes diferentes e marcantes. 



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quarta-feira, 25 de maio de 2016

Caubi & Cauby



Quando a gente fala ou pensa no nome Caubi ou Cauby, logo vem à mente o cantor Cauby Peixoto, personagem caricato da música brasileira. Apesar de hoje a gente não entender por que, nos seus sessenta anos de carreira ele já fez muito sucesso e muitas pessoas já foram nomeadas a partir dele.

A verdade é que Caubi ou Cauby – como você preferir – é um nome indígena, ou melhor, uma palavra indígena que define um arbusto, conhecido ainda por Caaobi, ou Caiubi, Caobi, Guaraná-Timbó ou Timbó-Mirim, cujo nome cientifico é Indigofera Anil. É um arbusto da família das Fabáceas que produz um corante azul, conhecido como “Anil”.

No site do BabyCenter Brasil está disposto que Caubi vem dos termos tupis ka'a ("folha") e uo'vi ("azul"). Já em outras fontes encontramos que vem dos elementos caá (erva, folha) e obi (verde). Então, pode ficar entre “folha verde”, “erva verde”, “folha azul” ou “erva azul”. Por interpretação, outras fontes apontam como “mato verde”.

Caubi não foi um nome indígena que se popularizou por sua beleza ou por seu significado, mas suponho, que pela sua participação no célebre romance indianista de José de Alencar, “Iracema”. Caubi, no romance, era um valoroso guerreiro tabajara, irmão de Iracema. Assim como Iracema e Moacyr, esse foi um nome usado pelo autor que caiu no gosto das pessoas em determinada época no Brasil.

Porém, isso foi há décadas atrás. Hoje em dia, tirando Cauã e Tainá, são poucos os nomes indígenas que encontram repercussão. Não há nenhum registro de Caubi em nenhuma lista disponível no Brasil.

Na ferramenta Nomes no Brasil (IBGE, Censo 2010), Caubi é o nome de 583 pessoas em todo o Brasil. Eles nasceram mais na década de 60 com maior frequência no Ceará. Já Cauby é mais raro, sendo o nome de 187 pessoas. 

Acredito que seu uso seja um pouco complicado no Brasil hoje em dia, por conta do Cauby Peixoto e sua caricata figura, o que poderia causar constrangimentos e incômodos para a criança. Mas em outros lugares, pode ser original e diferente, como todo nome indígena. 



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Atiara



Atiara é um nome indígena de origem tupi-guarani que significa “um fio de luz”. Aparentemente, é um nome do gênero feminino.

Por causa de seu significado, Atiara é um nome dado desde à instituições religiosas e espirituais que pretendem ser “o caminho da luz”, ou a “iluminação”, quando de serviços de energia elétrica, marca de lojas que vem lâmpadas e tudo que esteja relacionado à luz.

Pelo menos, ao fim das contas, sabemos que o significado está provavelmente, correto.
No estado de São Paulo, segundo dados da Arpen/SP, em 2015, não foi registrada nenhuma menina chamada Atiara. Entretanto, aparece um registro de Ynatiara e outro de Natiara. Os nomes terminados em “Ara” são bem conhecidos dos brasileiros, de modo que Atiara não deve causar estranhamentos.

Exceto pelo fato de, talvez, lembrar “a tiara”, referindo-se ao arco usado nos cabelos. Também pode causar uma confusão bem fácil com o verbo “atirar”.

O significado do nome é uma inspiração interessante, uma vez que a luz é usada para simbolizar muitas coisas, desde conhecimento, iluminação, salvação. Um fio de luz na escuridão pode representar ainda a esperança. Por isso, Atiara tem um significado muito auspicioso.





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terça-feira, 24 de maio de 2016

Anahí


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Segundo as poucas fontes sobre nomes indígenas que temos para pesquisar, Anahí é um nome de origem tupi e quer dizer “bela flor do céu”.

Porém, na fonte seguinte – no caso, o Dicionário de Nomes Próprios - já encontramos “aquela que tem a voz doce”, a partir de uma lenda tupi-guarani, segundo a qual esse era o nome de uma índia que teria sido queimada, e no momento em que ardia em chamas, transformava-se numa flor – a flor da árvore de Ceibo (Cujo nome científico é Erythrina crista-galli).

Segundo a lenda, Anahí era uma índia que gostava muito de cantar, e que vivia feliz em sua tribo, até que invasores chegaram e aprisionaram os índios. Ao tentar se defender e escapar, Anahí acaba ferindo um dos guardas, e seu castigo é morrer na fogueira amarrada a uma árvore. O Ceibo representa, dessa forma, o sofrimento e a coragem, e é conhecida como a flor nacional da Argentina, onde há abundância dessa espécie. No Brasil, essa flor é chamada de corticeira do banhado, ou flor de Aguaí.

O Brasil, o Paraguai e a Argentina tem o privilégio de ser o único habitat dessa flor agreste, escarlate e incrustada em sua árvore mãe. A história da mulher brava e lutadora pela sua liberdade de sua tribo foi cantada em prosa e verso, sendo a mais famosa das canções paraguaias, a Guarânia de Autoria a de Osvaldo Sosa Cordero, com versão portuguesa de José Fortuna, cantada por Cascatinha e Inhana, como também pelo Duo Bauruense (Jorge Luis e Adriana).

Transcrevo a letra da música, em espanhol, cuja interpretação pode ser ouvida aqui e aqui.


Versão paraguaia
Versão brasileira
Anahí,
las arpas dolientes,
hoy lloran arpegio
que son para ti.
Anahí
recuerdan acaso
tu inmensa bravura,
reina guaraní.
Anahí
indiecita fea,
de la voz tan dulce
como el aguai;
Anahí, Anahí,
tu raza no ha muerto,
perduran tus fueros
en la flor rubí.

Defendiendo altiva
tu indómita tribu,
fuiste prisionera.
Condenada ha muerte,
ya estaba tu cuerpo
envuelto en la hoguera.
Y en tanto las llamas
lo estaban quemando,
en roja corola se fue
transformando.

La noche piadosa cubrió tu dolor
y el alba asombrada, miró tu martirio,
hecho ceibo en flor.
Anahí
As arpas sentidas soluçam arpejos
Que são para ti;
Anahí
Teus acordes lembram a imensa bravura
Da raça tupi;
Anahí
Índia flor agreste da voz tão suave
Como aguaí;
Anahí, Anahí
Teu vulto no campo difere entre as flores
Pela cor rubi.

Defendendo altiva
Tua valente tribo, foste prisioneira
Condenada à morte,
Já estava teu corpo envolto à fogueira;
E enquanto as chamas a estavam queimando
Numa flor tão linda se foi transformando.
Os teus inimigos fugiram dali!
As aves ficaram cantando o milagre
Da flor de Anahí.



A lenda, com toques de literatura, foi contada neste blog, que aqui transcrevo:


“Conta-se que Anahí era uma índia tupi, não era formosa e não tinha a menor beleza, mas era dotada de linda voz canora que encantava a tribo, todas as tardes, ao cair do sol. Aproximava-se do manso rio que cortava a aldeia, e ecoava as canções tribais que falavam de suas conquistas e vitórias, seu amor à mãe terra, e aos seus deuses.

Chegou, porém, o homem branco, comandando tropas invasoras; eram os conquistadores espanhóis, matando a muitos, e levando velhos, mulheres e crianças como cativos.

Prisioneira, Anahí não se conformava, e procurava a cada dia uma forma de fuga, até que logrou êxito, fugindo com um pequeno grupo de índias e crianças, porém, o ato foi percebido pelo sentinela com quem lutou bravamente, demonstrando a coragem e a bravura de sua raça, acabando por matá-lo, mas atraindo a atenção dos demais soldados que vieram. Levaram-na de volta ao cativeiro onde foi, em rápido julgamento militar, condenada à morte pela fogueira.

Atada à uma árvore entre troncos e folhas secas, viu-se atear fogo. Anahí bravamente se comportava; enquanto aguardava o momento em que os algozes ateariam fogo, cantava as canções do seu povo, louvando os deuses.

No meio das chamas, viu-se acontecer um milagre: Anahí se transforma em flor incrustada à árvore, numa espantosa fusão, tornando-se cor de rubi, assustando os inimigos que apavorados, dali fugiram, tornando livre a sua raça.

Com sua vida, a flor de Anahí deu liberdade ao seu povo que a consagra, crendo nela haver o poder e a força da fertilidade, e beleza que não tinha”.


Esse nome, independente da veracidade ou não da origem e do significado, vem carregado de simbologia indígena, aliado à associação com a flor e com a história de coragem, bravura e perseverança da índia Anahí. Além de começar com Ana, um nome extremamente usual para todos nós, sua terminação coincide com vários outros nomes indígenas ou não, usados no Brasil em várias gerações como Araci, Ceci.

No estado de São Paulo, de acordo com dados divulgados pela Arpen/SP, em 2015 foram registradas sete meninas chamadas Anahí e nove representantes do nome sem a acentuação, Anahi. É importante também dizer que 66ª posição dos nomes femininos mais registrados no Chile, encontra-se Anahís que, penso, pode ser uma variante de Anahí.

Segundo a ferramenta Nomes no Brasil (Censo 2010, IBGE), são 430 pessoas chamadas Anahí. A maioria foi registrada nos anos 2000, e o estado de maior frequência do nome é Mato Grosso do Sul. Há também 191 pessoas chamadas Anahy

A grafia sem o "h" é mais apreciada: Anaí é o nome de 1.082 pessoas, e Anay de 234 pessoas, supondo é claro, que Anay seja pronunciado da mesma forma. 

A maior representante do nome é Anahí Giovanna Puente Portilla de Velasco,  uma figura pública bastante popular na América Latina. Natural do México, Anahí é cantora, compositora, atriz, modelo e estilista. É conhecidíssima no Brasil pela sua participação na novela “Rebelde”. 




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