segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Gael, Cora e Pilar: o nome dos filhos de Thiago Lacerda e Vanessa Lóes




Já falamos aqui no Blog dos nomes dos filhos da Carol Trentini, da Bárbara Borges e da Luana Piovani, e confesso que nenhuma das opções dessas famosas se encaixam no tipo de nomes que eu gosto. Mas um casal que tem extremo bom gosto na hora de escolher o nome para seus babys é Thiago Lacerda e Vanessa Lóes.

Eles são pais de Gael, de 7 anos, Cora, de 4, e de Pilar, de nove meses, todos fruto de seu casamento com Vanessa Lóes, também atriz. Os atores combinaram os nomes de um modo perfeito, obtendo um trio harmônico e elegante.

Gael, o nome do mais velho, o qual já abordamos aqui, de acordo com o site Behind The Name, uma variante de Gwenaël, que significa abençoado e generoso, do Bretão "Gwen" (Branco, justo, abençoado) e "Hael" (generoso). São Gwenhael foi um abade na Bretanha do século VI. Um nome perfeito para um irmão mais velho!

Cora, o nome da segunda filha, que também já foi abordado aqui (e inclusive fez muito sucesso entre os leitores do blog) significa “donzela” em grego. É um outro nome para a deusa Perséfone. De qualquer forma, muitas vezes é usado como abreviação de Corina, Cordula ou outros nomes que começam com “cor”.

Pilar, o nome da caçula, abordado nesse texto aqui, remete a um significado literal: um "pilar", na verdade, é um elemento arquitetônico. Ele é feito para sustentar grandes estruturas. E por isso, torna o nome "Pilar" atraente pela associação com a firmeza, a sustentação, a força, a coluna que sustenta tudo que está acima dela. Em sentido figurado, a palavra Pilar é usada como sinônimo para um Sustentáculo moral. Logo, é um nome literal. E também religioso. Ele é retirado da Virgem Maria, María del Pilar, que significa Maria do Pilar.

O bom gosto que o casal revela demonstra que a escolha dos nomes não é impensada. Na verdade, escolher o nome dos filhos não é uma tarefa qualquer para Thiago e Vanessa: o casal demorou 18 dias para definir o nome da filha do meio, Cora, e o primogênito dos atores, Gael, também recebeu um nome 15 dias depois do seu nascimento, em 2007.


Vanessa e Thiago já tinham anunciado anteriormente, apesar de saberem que o terceiro filho do casal seria uma menina, o nome só será escolhido depois do nascimento. Segundo o ator, a escolha dos nomes dos filhos virou uma tradição e só acontece depois de olhar para o rostinho da criança. "A gente troca ideia, mas gostamos mesmo de escolher depois que nasce. Sempre foi assim", revelou Thiago em uma entrevista.


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Dante

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Dante é o medieval da palavra durante. É um nome curto porém com sonoridade forte. É uma variação do nome antigo Duran, que significava “duradouro”. Uma outra variante é Durans, que eu acho até mais charmosa. Dante sempre me lembra “dente”.

Apesar de nunca ter sido comum no Brasil, Dante teve 57 registros em território paulista em 2015 (Arpen/SP). Ele está ganhando cada vez mais espaço, saindo do limbo dos nomes esquecidos e passando gradualmente para o status de nome vintage. 

É um nome que não apresenta problemas de escrita ou de pronúncia, e é facilmente identificado internacionalmente pela fama de Dante Alighieri, poeta italiano do século 13 que escreveu “A Divina Comédia”.

Até Dante, as obras eram todas escritas em latim. Ele então escreveu no dialeto que influenciaria a língua italiana moderna. 

Além da referência à Dante, o nome começa com DAN, que é a inicial de Daniel, um nome conhecido e comum. Hoje em dia, podemos citar Dante, o jogador de futebol da seleção brasileira e do Bayern de Munique, e o outro atleta Dante, conhecido jogador de vôlei da seleção brasileira.

Recentemente, Dante foi o nome de um personagem na novela Regra do Jogo, exibida na Rede Globo.

Dante. O Blog dos Nomes.
Dante. Behind The Name.



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Selena


Selena é a forma latinizada de Selene. Esse nome foi suportado pela popular cantora mexicana Selena Quintanilla (falecida em 1995), que era conhecida simplesmente como Selena. Selene significa "lua" em grego. Este era o nome de uma deusa grega da Lua, às vezes identificada com a deusa Artemis.

Selena é um filme biográfico estrelado por Jennifer Lopez e Edward James Olmos que conta a história de Selena, uma cantora com carreira abrangente que foi morta no auge da carreira. O filme foi lançado em 1997, sob as críticas de que a família da cantora estava apenas querendo lucrar com a tragédia, pois as filmagens começaram a ser rodadas 15 meses após a morte da estrela. O filme foi responsável por projetar e transformar Jennifer Lopez em uma grande estrela mundial e também foi o grande responsável por tornar a cantora Selena mundialmente conhecida, sendo que, antes de sua trágica morte, seu sucesso se limitava basicamente ao México e ao Texas, atingindo em sua maioria a colônia latino-americana.

É um nome muito bonito com significado adorável. Porém, pode ser facilmente confundido com Serena. Hoje em dia, lembra mais a Selena Gomez, atriz e cantora americana famosa por interpretar a rival de Hannah Montanna (Miley Cyrus). Ela foi muito comentada nos sites e revistas por seu romance com o também cantor Justin Bieber.


Selena Fox (n. Outubro de 1949) é uma sacerdotisa wiccana e ativista, psicoterapeuta, professora, escritora e conferencista de áreas como Neopaganismo, Wicca, New Age e religião comparativa.


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domingo, 28 de fevereiro de 2016

Selene

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Para quem gosta de nomes relacionados à Lua, mas não tem coragem de usar Lua ou não quer usar Luna por já estar um pouco óbvio, Selene é a opção certa. Eu aprendi a gostar desse nome através da personagem Selene, dos filmes Anjos da Noite, interpretada pela atriz Kate Beckinsale.

Mas a verdade é que Selene faz parte de um seleto rol de nomes de origem mitológica e que remetem a um universo de simbologia. De origem grega, o nome Selene significa literalmente, “lua”. A palavra que origina o vocábulo é “sélas”, que por sua vez, significa “brilho”, “luz”, “Claridade”.

Apesar de não ser a única deusa lunar, Selene é considerada a própria personificação da lua na mitologia grega. Era uma deusa da lua, que acompanhava a noite lançando sua claridade aos homens. Na lenda, ela teria morrido ao salvar o irmão Hélio (sol), e os deuses a recompensaram pela bravura colocando-a no alto do céu todas as noites. Assim, Hélio precedia a Selene, sendo que o terceiro irmão, Eos (a aurora) se juntava a eles na madrugada.

O culto à Selene foi bastante difundido na Antiguidade Clássica. Na verdade, todos os povos e todas as mitologias tem a lua como uma de suas deusas ou como uma entidade muito importante. Enquanto Selene é a deusa grega da Lua, Luna é a deusa romana. A humanidade sempre teve um fascínio enorme pela lua, pelos seus mistérios, que mesmo após tantas conquistas tecnológicas humanas, ainda não foram todos desvendados.

Selene não é comum no Brasil, nem mesmo a grafia Selena. Mas é um nome que fica perfeito para quem não deseja competir com a popularidade de nomes muito comuns. No Brasil, no estado de São Paulo, em 2015 (Arpen/SP), foram registradas 14 meninas chamadas Selena, mas nenhuma Selene. 




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Ofélia




O nome Ofélia, ao longo dos tempos, foi inspiração para muitos poetas. Falou sobre ele inclusive, Fernando Pessoa, sobre sua amada Ophélia Queiroz. Ela foi seu único amor, pelo menos até onde se sabe, por volta de 1920. Pudera: Ofélia, provavelmente, é um nome nascido na Arte, com berço no Universo Literário.

Ele teria sido utilizado pela primeira vez pelo poeta italiano Jacopo Sannazaro (Século 15), em seu poema “Arcadia”. Derivado do grego ophelos (οφελος), que significa "ajudar". Não vejo nada de desagradável no significado, definitivamente, ele não fica mal. 

Depois de Jacopo, Shakespeare também o usou na sua peça Hamlet (1600), mas nesse caso, é trágico, já que Ofélia enlouquece e se afoga. Apesar disso, o nome tem sido usado desde o século 19.

"A história de Ofélia inspirou inúmeros pintores, 
de entre os quais, destaco um favorito, 
John William Waterhouse que a pintou diversas vezes, 
sendo as pinturas mais conhecidas 
de Ofélia a de 1889, 1894 e 1910" 

Pessoalmente, prefiro a grafia antiga/original, Ophelia, que seria a que eu usaria caso fosse dar esse nome a uma filha. 

Ofélia não consta da lista dos nomes mais populares de Portugal nem do Brasil, mantendo-se discreto ao longo do tempo. Em Portugal, o ano de 2014 viu nascer apenas uma Ofélia, e em 2015, nenhuma. No Brasil, nenhum registro consta. Não parece ser um nome muito apreciado no momento, e a personagem Ofélia interpretada pela Cláudia Rodrigues e exibida por bastante tempo no Zorra Total.

É bem natural que na mente na maioria das pessoas, Ofélia lembre mais um personagem de um programa de segunda classe de gosto duvidoso do que a Ofélia de Hamlet. Eu o considero ousado e com potencial para crescer, na carona de Olívia, um nome parecido e que também começa com O. Além disso tem a mesma terminação de outro nome que começa a ser – muito timidamente – apreciado: Amélia.


Referências:

Ofélia. O Blog dos Nomes. 
Ophelia. Behind The Name.
Ofélia. Wikipédia.

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sábado, 27 de fevereiro de 2016

Oliver

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Acho que a primeira vez que Oliver me saltou aos olhos foi quando assistia a Copa do Mundo de 2002, e o goleiro Oliver Khan ganhou destaque na mídia. Ele jogava pela Alemanha quando conquistou o vice-campeonato na época.

Apesar de ser estrangeiro, Oliver é fácil de escrever e pronunciar, e principalmente, não vem enfeitado com um monte de letras a mais. Ele tem uma grafia limpa, e o fato de ser reconhecido na maioria dos países o torna internacional, critério adotado por muitos pais hoje em dia.

Oliver não é um nome longo, de modo que pode ficar bem em compostos, mas desde que se tome o cuidado de não misturar nomes muito diferentes, como por exemplo, nomes terminados com “ão”, que são bastante específicos da língua portuguesa.

Oliver, como é bastante óbvio, tem origem no latim “oliva” que quer dizer “oliveira”, a árvore. Outras teorias alternativas apontam que ele viria do francês Olivier, que por si, é uma forma do nome alemão Alfher. Prefiro a primeira opção de significado.

Na Inglaterra, Oliver era um nome medieval comum, no entanto, tornou-se rara após o século 17 por causa do comandante militar Oliver Cromwell, que governou o país após a guerra civil. Parece que ele não foi popular o bastante para fazer com que seu nome fosse usado, e não esquecido por um tempo.

Oliver também está presente em várias obras literárias, sendo que cito uma aqui, “Oliver Twist”, que é um romance de Charles Dickens que relata as aventuras e desventuras de um rapaz órfão. É um dos romances onde o autor trata do fenômeno da delinquência provocada pelas condições precárias da sociedade inglesa da época.

Outras variações de Oliver: Oliverius (latim); Olivier (holandês, francês atual e medieval), Olivér (húngaro), Olivério (espanhol), Oliviero (italiano), Noll (inglês medieval), Oliwier (polaco). A minha variante preferida do nome é Oliviero, infelizmente, fica parecido demais com o sobrenome Oliveira, tão usado no Brasil.

Na Wikipédia italiana, que tem muita coisa sobre nomes próprios, diz que Oliviero ainda tem as variações Oliverio, Olivero, Olivieri, Uliviero, e alterações Livieri, Liviero, Vieri, Viero.

Oliver não tem variante feminina em inglês. Mas tem na Sérvia, na Croácia e na Macedônia a forma Olivera. Na Itália, consta que a forma feminina é Oliviera e que existem alterações como Liviera e Viera.

Em Portugal, curiosamente, Oliver não é aceito, mas Olivier, sim. Sendo assim, além dos 2 registros do nome aceito Olivier, foram registrados 7 meninos chamados Oliver, em 2015. Já no estado de São Paulo, que representativamente é o que temos em termos de lista, foram registrados 178 meninos chamados Oliver

Também tivemos 3 Olyver, 3 Holliver (what???!), 4 Olliver, 5 Olivier, Holiver 4, Olivér1 (espero que tenha sido erro de digitação), Holivier 1. Não entendo qual é a função de colocar H em Oliver, e muito menos a função de incluir duas letras, ou y.

Concluindo, Oliver é um nome simples, interessante e internacional, e é sim uma boa opção para quem gosta desse estilo. Porém, desde que escrito corretamente e não misturado em compostos bizarros. 

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Silvestre

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Um dos poucos nomes masculinos que figuram na minha lista de provável uso: Silvestre. Na língua portuguesa, usamos essa palavra inclusive como adjetivo (animais silvestres, por exemplo). Por isso, quando penso sobre Silvestre, associo imediatamente a plantas, bosques, árvores, imensas florestas.

No Behind The Name, está posto que Silvestre é a forma portuguesa e espanhola de Silvester, nome que deriva do latim “silva” (bosque, floresta), assim seu significado no latim é “da floresta”.

É possível encontrar esse nome em várias grafias: Silvestr (checo), Silvester (inglês, alemão, romano antigo, eslovaco e esloveno), sendo que Fester e Vester são considerados 
diminutivos; Sylvester (inglês) Sly (inglês), Sylvestre (francês), Vester (alemão), Szilveszter (húngaro), Silvestro (italiano), Fester (alemão antigo), Sylwester (polaco), Jelvestr (bretão), Silvestar (croata), Silvestros (grego moderno), Silvestru (romeno).

Silvester (ou Silvestre) foi o nome de três papas, incluindo São Silvestre, que na época era conhecido como Silvestre I. Ele teria batizado o primeiro imperador romano cristão, Constantino, o Grande.

Gosto bastante da versão italiana, Silvestro, e gosto ainda mais da versão feminina, Silvestra. A maior referência, em todas as grafias, imagino, é o ator Silvester Stalone, que é conhecido no mundo inteiro.

No estado de São Paulo, no ano de 2015, três famílias receberam pequenos meninos chamados Silvestre, de acordo com dados da Arpen/SP. Acho curioso os poucos registros já que não é um nome radicalmente estranho, e é um literal clássico como é Bento.



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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Serafina

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Serafina e nenhuma de suas variantes possui registros em São Paulo, em 2015, nem no ano anterior. Não é um nome apreciado no Brasil e é considerado ultrapassado, ligado à gerações anteriores. Poderia dizer inclusive, que Serafina é um nome que causa praticamente aversão aos brasileiros.

Na verdade, seu significado é lindíssimo. Serafina é a forma feminina do nome latino antigo Seraphinus, derivado da palavra bíblica “serafins”, que é de origem hebraica e significa “os inflamados”, referindo-se a uma ordem de anjos, descrita por Isaías na Bíblia como tendo seis asas cada. Eles estariam sempre envoltos no fogo sagrado do amor de Deus, daí o significado. A palavra hebraica saraf significa “queimar, incendiar”.

Este foi o nome de uma santa italiana que fazia roupas para os pobres. A forma masculina mais usual é Serafim, e em outras línguas temos Séraphine (francês), Serafima (macedônico), Seraphine, Seraphina (inglês).

Os nomes com terminação –ina tem ganhado cada vez mais adeptos, vide Valentina, Catarina, Carolina, e até mesmo Angelina, que parece ganhar espaço no Brasil. A terminação de Serafina é idêntica, porém, temos todos um contexto histórico e também, a inicial “Sera”, que as vezes pode parecer agressiva, bruta.

Arrisco dizer que precisaria uma artista extremamente famosa usar o nome Serafina ou termos uma pessoa chamada Serafina famosa, bonita, talentosa e heroína para que o nome tivesse algum impulso novamente.

No livro Dezesseis Luas, que faz parte da coleção Beautiful Creatures, escrito pelas autoras americanas Kami Garcia e Margareth Stohl, existe uma personagem chamada Sarafine Duchannes, é uma bruxa das trevas, mãe da personagem principal Lena Duchannes (dito Lina, em inglês). Foi feito um filme sobre esse livro – que é uma das piores adaptações que eu já vi – onde ela não aparece tendo um corpo próprio.

Pessoalmente acho que Sarafine é muito melhor, muito muito mesmo, do que Serafine, e eu até usaria sem problemas. Acho mesmo que tem uma aura de Bruxa por trás do nome, e eu adorei. Ele equilibra a sonoridade e deixa para trás o som agressivo de “Sera”, trocando por “Sara” quem é um nome familiar.

Como referências a personalidades com este nome destaco Santa Serafina (Itália, século XII), Serafina Sforza (membro de uma família italiana com grande poder, século XV), a Beata Maria Serafina (Itália, século XIX) e a talentosa Serafina Steer, música, cantora e compositora britânica, hoje em dia com os seus 33 anos. Seraphina foi também o título do romance de Caroline Burney (1809) e o título de um romance de fantasia de Rachel Hartman. Serafina Pekkala era o nome da vilã do livro e filme: A Bússola Dourada (2007). Recentemente, foi também lançada a revista Serafina no Brasil.

Referências:

Seraphina. Behind The Name.

Serafina. Wikipédia. 

Serafina. O Blog dos Nomes. 




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Demétrio

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Demétrio é um nome masculino que significa “consagrado à Deméter”, ou “consagrado à mãe terra”, visto que Deméter possivelmente significa “mãe terra”, ou talvez, “mãe dos grãos” em grego. Demeter é a deusa grega da agricultura, aquela que nutria a terra.

Outras línguas: Demetrios, Demetrius (em grego antigo), Dimitar, Mitre (búlgaro), Dimitar (croata), Dimitri (francês), Demetrios, Dimitrios, Dimitris (grego), Demeter (mitologia grega), Demeter, Dömötör (húngaros), Demetrio (italiano), Dimitar, Dimitrij, Mitre (macedônio), Dumitru, Mítica (romeno), Dimitri, Dmitri, Dmitrii, Dmitriy, Dmitry, Dima, Mitya (russo), Dimitrije, Dmitar (sérvio), Dimitrij, Mitja (esloveno), Demetrio (espanhol), Dmytro (ucraniano).

Na lista da Arpen/SP, encontrei registros de Dimitri (28), Demetrius (1), Dimitrius (2), Dimitris (1), Dimitrije (1), mas nenhum Demétrio.


Demétrio foi o nome de reis da Macedônia e de Seleuco, um reino que se estendia da Índia ao Litoral Mediterrâneo. Podemos citar Demétrio I e II da Macedônia; Demétrio I e III da Báctria, Demétrio I Sóter e Demétrio II Nicator de Seleuco; Demétrio da Rússia, e Demétrio II da Rússia; Demétrio de Alexandria e Demétrio I, patriarcas ortodoxos; 



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Richenza





O Behind The Name dá Richenza como uma forma polonesa e inglesa medieval de Rikissa, que era um diminutivo comum sueco para nomes que começavam com rik-. O termo germânico rich/rik/Rick significa “poder, riqueza, leis”.


Quando encontrei esse nome no Blog Once Upon a Time Baby Names fiquei surpresa por que nunca tinha ouvido antes. O nome é tradicionalmente considerado como polonês, embora tenha vindo do norueguês antigo (Rikissa), enquanto outras fontes sugerem que ele poderia ter vindo de Ricarda.


O nome possui outras grafias, como Ryksa, Rixa, Richenza e Richenza. O nome Richenda evoluiu de Richenza, mas eu também não o conhecia. Há nomes relacionados, em parte, na cultura norte-americana: Richmay, Richemaya, Richma e Richilda.


Começando com a pessoa mais antiga que foi portadora desse nome, Richenza de Lotaríngia, descobriu-se que esse nome não é tão obscuro como pensávamos. Essa mulher nasceu por volta do ano 995, dentro da nobreza alemã e casou-se com o rei da Polônia da época. Embora seu marido não tenha conseguido um reinado muito longo, Richenza tornou-se freira e agora é conhecida como Santíssima Richenza de Lotaríngia.


Ela teve três filhos: Casimir I, o Restaurador; Ryksa, rainha da Hungria; e Gertruda, princesa de Kiev. Seus nomes descendentes passaram a governar poderosas dinastias, e quatro de seus descendentes tornaram-se santos: Irene da Hungria; princesa Margaret da Hungria; Kinga, a duquesa de Cracóvia e Elisabeth, princesa da Turíngia.


Passando para a próxima portadora, Richenza de Northeim, que era duquesa da Saxônia, a rainha da Alemanha e santa imperatriz romana, dando a esse nome um considerável peso histórico. Essa nobre nasceu por volta de 1087 e provou ser uma grande governante, lutando pelos direitos de sua filha e netos.


Outra portadora famosa dentro da nobreza foi Richenza de Berg, nascida por volta de 1095, era duquesa da Bohemia.

Em 1116 nasceu Richenza da Polônia, a princesa polonesa da Câmara dos Piast. Ela se casou três vezes, tornando-se princesa de Minsk também. Como Richenza de Lotaríngia, esta mulher também tinha ancestrais excepcionais - um dos quais era Ingeborg da França. Neta de Richenza da Dinamarca, nascida 1180, foi a rainha consorte medieval da Suécia, casada com o rei Eric X, e seu nome foi dado em homenagem a sua avó. Os  registros históricos demonstram que nos seis curtos anos que Eric estava vivo durante seu casamento, Richenza deu a luz à meninas, mas quando ele morreu ela estava grávida de seu último bebê, que acabou por ser um menino: o futuro rei da Suécia.



Ryksa de Castela e Leão nasceu em 1140, sendo condessa de Provence, e também condessa Richenza de Everstein, também conhecida como Richenza da Polônia. Em Castela ela era conhecida como Regina Riquilda.


Richenza von Northeim; c. 1085 - 10 de junho de 1141, traduzido pela Wikipedia portuguesa como Ricarda de Northeim, foi a consorte de Lotário II, duque da Saxônia, rei da Germânia e imperador do Sacro Império Romano-Germânico.


Passamos então a Richenza da Suécia, esposa de Przemysl II da Polônia, conhecida como Ryksa Waldemarowna. Ela provavelmente teve um casamento feliz, sendo que o marido exigiu ser enterrado ao lado dela.

Por  último, citamos Elizabeth Richenza da Polônia, também conhecida como Eliska Rejcka  ou Ryksa Elzbieta, mas seu nome de nascimento era Richenza. Era filha de Richenza da Suécia e Przemysl II, e se tornou rainha consorte da Bohemia. Em seus últimos anos ela se concentrou em cultura, religião e construção de igrejas.



Inegavelmente, apesar de desconhecido para a língua portuguesa, ele é um nome que tem história. Porém, ele é traduzido automaticamente pela Wikipedia e pelo Google como Ricarda, logo, toda vez que procuramos por Richenza, somos bombardeados por uma quantidade enorme de Ricardas, o que não corresponde à realidade.


Simplesmente detesto a mania que se tem de traduzir nomes. Nomes não se traduzem. A Rainha Elizabeth não se chama Rainha Isabel, o nome dela é Elizabeth, e ninguém é ignorante ao ponto de não conseguir pronunciar Elizabeth. Assim com Richenza, que não tem necessidade nenhuma de traduzir como Ricarda.


Falando especificamente do nome, fico em dúvida se a pronúncia correta é Ri(que)nza como em Ricarda, ou Ri(chen)za como no italiano Francesca ou Vincenza. Confesso que prefiro a sonoridade da segunda opção, até por que nós brasileiros estamos extremamente habituados à nomes com vibe italiana. No caso da primeira opção, ele lembra a palavra riqueza, e não deixa de ser belo.






Ricarda

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Ricarda seria um feminino de Ricardo, nas línguas portuguesa, espanhola e se acrescentarmos mais um “C”, em italiano (Riccarda, que é minha variante predileta). Na verdade, a terminação “ard”, do germânico, não tem feminino. O feminino nesse caso seria “lind” (e isso vale para Eduarda também, como já explicamos no post especifico desse nome). Porém, nos habituamos a transformar o feminino trocando apenas o “o” pelo “a” e, portanto, temos Ricarda como um nome português.

O ingleses têm outras três formas femininas: Richelle, Richardine e Rikki. Richardine faz lembrar outra versão portuguesa de Ricardo, ou seja, Ricardina/o, que merece um post só para ela.

O significado de Ricarda deriva do germânico/ anglo-saxão Rich (príncipe) e hard (corajoso, forte). Já o Behind The Name diz que o significado é “poder corajoso”.

O fato de ser uma versão de um nome masculino bastante conhecido o torna um pouco estranho e provoca sensações iniciais não muito favoráveis. Porém, se Eduarda faz tanto sucesso, não entendo por que Ricarda não o faria.

Eu acho Ricarda um nome bonito e elegante, no mesmo patamar de Eduarda e Roberta, com uma sonoridade que para mim é forte e ao mesmo tempo agradável. 


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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Nila

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Esse texto foi originalmente
publicado no Blog dos Nomes,
para ler o texto no sítio origina,


Nila é um nome em sânscrito que significa azul escuro e provem da palavra anil, palavra esta que usamos para denominar a cor azul. Diferente do que muitos podem pensar. Nila nada tem a ver com o nome Nilo, que é o nome do rio que banha o Egito.


Nila não é um nome popular e tampouco é um nome usualmente ouvido. Para quem gosta de nomes incomuns esta pode ser uma grande vantagem. Pode interessar também as pessoas que preferem nomes curtos. Nila pode ser uma alternativa diferente para quem procuram um segundo nome para usar em um composto que seja fora do comum ou que equilibre com um nome mais familiar ou popular.


Por ser um nome que está diretamente ligado a cor, Nila transmite um ar alegre, divertido e  despojado e não só por isso, a sonoridade ajuda a criar toda uma áurea simpática do nome. Como tem um som parecido com Mila, apelido dado a Camila e que também pode ser usado como nome, não transmite uma estranheza excessiva nos primeiros contatos. Para aqueles que sempre se preocupam com chacotas no dia a dia, penso que Nila pode apenas ocasionar isso caso a pessoa seja intolerante a nomes novos, já que o som não dá abertura a nenhum tipo de conotação.


Luinara Menezes - O Blog dos Nomes



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Golias

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Judas, Caim e Golias são daqueles nomes bíblicos que ninguém quer usar. Claro, os personagens e suas histórias não ajudaram muito para que o povo viesse a os amar como ama-se Jesus, Abel e principalmente, Davi. Mas ponderemos: são apenas nomes. Por que Golias não pode vir a ser considerado?

A respeito do seu significado, as fontes indicam que ele significa “guerreiro poderoso” enquanto outras fontes afirmam que ele significa “passagem, mudança, exílio ou transmigração”. A origem do nome Golias é bíblica, tendo como referência o personagem do velho testamento, descrito como sendo um homem que media aproximadamente 2.90m de altura, e por isso era chamado de “gigante”. Segundo os relatos bíblicos, Golias participou da batalha entre Filisteus e israelitas, e foi enfrentado e morto por Davi.

Temos poucas referências a esse nome fora do texto bíblico. Uma delas é o Dr. Bill Foster, conhecido como Golias Negro, um personagem fictício do Universo Marvel, criado por Stan Lee e Don Heck. Para quem gosta da fauna, sabe-se que Golias insere-se em algumas espécies de animais, como por exemplo, o peixe-tigre-golias e o besouro-golias. Como uma pessoa real, podemos citar Ronald Golias, comediante brasileiro.


Obviamente, não há registros desse nome nos países de língua portuguesa, tratando-se de um nome não apenas raro, mas inexistente. Apesar de não ser a história mais feliz e animadora, é um nome carregado de simbologia. 




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Dom, Bem e Liz: o nome dos filhos de Luana Piovani




No ano passado a atriz Luana Piovani trouxe ao mundo gêmeos muito fofinhos, a quem chamou de Liz e Bem. A atriz já tinha o Dom, o menino mais velho. Obviamente, ela seguiu o padrão das três letras, e apesar de Liz ter fugido à regra, Dom e Bem seguiram uma lógica de adjetivo (Meu Dom, Meu Bem), palavras literais.

Os três nomes soam como apelidos, infelizmente, por causa das três letras e também pela conotação. Afinal, Bem é advérbio, adjetivo e interjeição, mas nome próprio está bem difícil. Segundo minha imaginação, o trio poderia ter sido:

Dominic/ Domênico: Seriam nomes lindos e poderia ser usado “Dom” como apelido (Assim como em Velozes e Furiosos). Ambos tem origem no latim e querem dizer “domingo”. Entretanto, acho que Luana quis dar a conotação de “dádiva/ talento” ao nome do seu filho.

Elisa / Elisabeth: Ambos são nomes elegantes e classudos, que poderiam ter Liz como um apelido. Os dois querem dizer “Meu Deus é abundância” e tem origem no hebraico. Já Liz, apesar de ser diminutivo, remete à Flor de Lis.

Benjamim/ Bento/ Benício/ Benedito: São vários nomes que podem gerar o apelido Ben, e além disso, as crianças geralmente adoram, afinal, é o nome do Ben 10. Bem já é um pouco complicado. Num fórum que eu participo (sobre nomes) uma pessoa brincou: “Legal, agora ela vai declarar o filho "Bem" como patrimônio e não como dependente no IR” (**Imposto de Renda).

Luana Piovani quis usar palavras literais para nomear os filhos, mas Liz fugiu do conjunto. Na época do nascimento, lembro de outra brincadeira que foi feita nos fóruns de nomes: foi dito que Luana deveria ter posto Lia, afinal, poderia combinar uma frase inteira: “Dom Lia Bem”.

De qualquer modo, parece que as famosas se sentem pressionadas a lançar tendências, e as vezes, algumas não são muito legais. Ou isso, ou fazem escolhas terrivelmente obvias, daqueles nomes chatinhos que estão no topo das listas e rankings disponíveis no Brasil.

Como bem lembrou a amiga Czarine (BabyCenter), considerando as escolhas recentes da Mallu Magalhães (Luísa, igual ao 2o. nome dela), da Carol Trentini (Benoah Jacob, inventado, e o segundo igual ao do irmão), da Bárbara Borges (Theo Bem, não combinou e 2o. igual ao irmão também), acho as opções da Luana Piovani bem bacanas até.


O trio ficou harmônico, apesar de tudo. Os nomes-apelido que ela escolheu, afinal, são bonitos. Vamos aguardar as listas de 2016 para ver se essas escolhas vão repercutir ou não no número de registros (uma vez que Theo, da Sandy, está inevitavelmente disparando). 



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Martin Bem e Theo Bem, nome dos filhos de Bárbara Borges



Semana passada publiquei aqui um texto falando do nome escolhido para o filho da modelo Carol Trentini. Uma das coisas que eu assinalei no texto é que os dois irmãos terão o mesmo segundo nome: Bento Jacob e Benoah Jacob. Francamente, dois irmãos com o mesmo segundo nome fica bizarro: eles já são irmãos, já tem DNA parecido, já compartilham o mesmo pai e mesma mãe, já tem o mesmo sobrenome. Ainda precisam ter o mesmo segundo nome, sô?

Mas parece que essa é uma tendência no mundo das celebridades, pois essa semana, a atriz Bárbara Borges – ex-paquita “Babu”, a Thaíssa de Malhação, a Luíza de Porto dos Milagres e mais uma série de papeis coadjuvantes – anunciou o nome do seu segundo filho: Theo Bem .

Theo Bem  já soa mal, com o perdão do trocadilho infame. É desarmônico e descontinuado. Falando em voz alta parece que estou dizendo o nome do Rei Théoden de Rohan (Senhor dos Anéis). Aliás, Théoden pelo menos teria uma vibe literária.

Bem não é nome próprio (Ben pode ser considerado apelido de Benício, Benedito, Benjamim e outros), mas BEM pode ser adjetivo, adverbio ou interjeição, mas não é, de jeito nenhum, um nome próprio, não importa se a Luana Piovani tenha colocado ele em um dos gêmeos dela.

Como se isso não bastasse o nome do menino mais velho é Martin Bem! Repetitivo isso de colocar o mesmo segundo nome nos filhos, não?

Parece que anda virando tendência entre as celebridades, usar o mesmo segundo nome para os filhos. Além disso, se ela usar o sobrenome Borges, “Bem Borges” fica muito, mas muito esquisito. Depois da Carol Trentini e da Bárbara Borges, acho que vou enjoar da letra “B” por uns dois anos.

Ela anunciou o nome em seu Instagram, e comentou: "E Deus me deu a dádiva de ser... mãe de meninos! Johnny Be Good, Martin Bem e lá vem ele: Theo Bem ! Mãe do Bem, família do Bem! 16 semanas".

Mas, pensando pelo lado positivo, pelo menos não começa com a mesma letra inicial e também não é a versão estrangeira e estropiada do nome do irmão. Portanto, apesar de Theo Bem  ser ruim pacas, Bárbara Borges ainda está em vantagem.





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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Nomes Compostos - Dicas

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Esse texto foi originalmente publicado
no Blog dos Nomes, de autoria de Samara
Nogueira. Para acessar o texto
no sítio original, clique aqui. 


Devo começar dizendo que, muito particularmente, não sou partidária de nomes compostos. Eu sou do tipo de pessoa que pensa que a beleza de um nome deva ser apreciada isoladamente. Contudo isso não me impede de contemplar belos nomes compostos, porque, afinal, o quão enfadonho seria o mundo se todos pensassem como eu?

O grande problema reside no fato de que muitas vezes as pessoas escolhem nomes compostos sem o menor critério, apenas para atender a uma espécie de capricho ou fetiche por nomes duplos ou levados pela indecisão por dois nomes que gostam muito, o que muitas vezes é a catástrofe total e acaba por comprometer belos nomes que teriam sido escolhas bem sucedidas se fossem utilizados sozinhos. 

Mas como escolher um bom composto?

Eu diria que devem ser levados em consideração três critérios principais em ordem de importância, e que estão correlacionados. Vamos a eles.

1. Tamanho, tonicidade e fluidez

Na minha opinião (e isto não é um consenso no grupo) o critério mais importante na aceitação de um nome composto é este. O tamanho do conjunto em si, o local em que se situam as sílabas tônicas e a fluidez com que dizemos o nome. Trata-se do critério auditivo, sonoro, musical.

Vamos partir da premissa de que um nome duplo deve ser utilizado inteiramente, e não apenas o primeiro ou o segundo nome (se você não acredita que um nome duplo deva ser completamente utilizado essas dicas não são para você, portanto sinta-se a vontade para ignorá-las ou utilizar apenas a parte que bem lhe aprouver).

Ainda na minha opinião, se um composto induz ao uso de apenas um dos nomes no dia a dia, isso prova a inviabilidade do uso e o insucesso da composição. Por exemplo, se eu nomeio uma criança Maria Olívia, eu quero que ela seja chamada na maior parte das vezes como Maria Olívia, e não só Maria nem só Olívia. Concordam?

Mas o que acontece quando resolvemos batizar a pequena como Selene Morgana? Sejamos realistas. Parece mesmo sensato imaginar que as professoras e as coleguinhas iriam se referir ou chamar a menina pelo nome inteiro? 

“- Oi, Selene Morgana, como foi seu fim de semana?”


“- Cuidado, Selene Morgana, você vai se machucar!!”

Ora, parece bem óbvio que apenas um dos nomes será efetivamente utilizado. Ou bem Selene, ou bem Morgana. Os pais e outros adultos vão optar por um dos nomes enquanto ela não se auto determina e a criança pode concordar com isso ou escolher o outro em certa altura da vida. Por outro lado, um nome como Ana Júlia é um nome que com certeza vai ser utilizado em sua completude, ou mesmo composições originais como Cora Lis. Portanto, o tamanho é algo a ser avaliado. 

Eu sugiro utilizar um nome de no máximo quatro e em casos específicos cinco sílabas, pois é o limite de paciência que um ser humano parece ter quando se trata de pronunciar nomes alheios. Vejam que Selene Morgana tem seis sílabas, mas apenas pronunciamos cinco. (Sim, cinco!). Retornarei a esse mesmo tópico alguns parágrafos abaixo para explicar melhor como isso acontece.

Voltando a falar sobre tonicidade, vamos recordar de que quando somos crianças aprendemos a separar sílabas, as sílabas gramaticais. Muitos faziam isso batendo palmas, assim aprendemos que um nome não é uma partícula única, mas sim formado por pedaços menores chamados sílabas. Aprendemos quando um nome é monossílabo, dissílabo, trissílabo e polissílabo. 

Mais tarde aprendemos sobre sílabas oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas. Sendo as oxítonas as que tem a sílaba tônica (a sílaba mais forte da palavra) na última sílaba, as paroxítonas as que tem a tônica na penúltima sílaba, e as proparoxítonas na antepenúltima. (Obs.: Se você tem dúvidas sobre qual é a sílaba tônica de determinado nome, experimente chamar o nome. Ex. jo-A-naaaa - sendo o “A” a sílaba tônica do nome Joana).

Uma vez que você descobre a sílaba tônica dos nomes que pretende colocar juntos, experimente escrevê-los e circular as sílabas tônicas. As sílabas tônicas são cruciais para determinarmos a fluidez de um nome.

Mas o que é a fluidez? 

A fluidez é a característica de unicidade, conjunto, principalmente sonora do nome. Por exemplo, voltando a Selene Morgana. Não é um composto ruim (veja bem, são dois nomes lindos!) só não é um composto fluídico. Não se consegue “cantar o nome” de uma só respiração. É um nome muito longo. Mas por que temos essa impressão com Selene Morgana e não com Patrícia Amélia (outro composto com seis sílabas)? 

Eu tenho uma teoria de que um nome deve ter idealmente três e não pode passar de quatro sílabas, caso contrário se torna desarmônico. Mas não são as sílabas gramaticais das separações de sílabas que falamos anteriormente. São as sílabas poéticas, aprendidas nas aulas de literatura, quando atingimos a adolescência. As sílabas poéticas são elementos utilizados em poesias e músicas para conferir ritmo e a desejada cadência dos versos (versificação). Atentar para as sílabas poéticas ajuda a entender sobre fluidez. Veja o exemplo:

Sílabas dos versos (gramaticais):

"Ah!/Quem/ há/ de/ ex/pri/mir/, al/ma/ im/po/nen/te/ e/ es/cra/va" (Olavo Bilac) - 17 sílabas gramaticais.

Sílabas poéticas:

"Ah!/ Quem/ há/ de ex/pri/mir/,al/ma im/po/nen/te e es/cra/va" (Olavo Bilac) - 12 sílabas poéticas.
(Para quem não entendeu porque são doze sílabas e está quebrando a cabeça, saiba que as sílabas poéticas só são contadas até a última sílaba tônica, no caso “cra”). 

Agora veja:

A/na/ /lia (3 sílabas poéticas)

Se/le/ne Mor/ga/na (5 sílabas poéticas)

Pa/trí/cia A//lia (4 sílabas poéticas)

Mor/ga/na E/lis (4 sílabas poéticas)

Perceba que o “cia e o “A” e o “na” e o “E” se fundem numa sílaba só, portanto quatro sílabas poéticas nos dois últimos exemplos)

Nem precisa dizer qual desses quatro exemplos é desarmônico, não é?

O que concluímos disso é que as melhores composições virão provavelmente de nomes que mesclem elementos:

a) Monossílabos com dissílabos, trissílabos ou polissílabos (três, quatro ou cinco sílabas)
b) Dissílabos com dissílabos ou trissílabos (quatro ou cinco sílabas)
c) Trissílabos com monossílabos ou dissílabos (quatro ou cinco sílabas)
d) Polissílabos com monossílabos ou dissílabos (apenas em casos muitíssimo especiais em que o limite das 4 sílabas poéticas continuem respeitadas)


Sobre esse último caso, esquecendo todas as influências de gosto, apenas para mera exemplificação temos Esmeralda Cloé versus Cloé Esmeralda. Já aprendemos a separar sílabas poéticas, então teríamos:

Es/me/ral/da/ Clo/é (6 sílabas poéticas)
Clo/é Es/me/ral/da (4 sílabas poéticas)

Para provar o que digo, experimente dizer o nome em voz alta e entenda o que é fluidez. Perceberam que nesse último exemplo saímos de um composto inviável e “quebrado”, desarmônico para um composto fluído e possível? Isso acontece porque quando invertemos a posição, a sílaba tônica que permitia a fluidez do composto encontra um elemento de junção na sílaba átona posterior, reduzindo o número de sílabas poéticas.

Isso acontece quando vogais se encontram, sejam elas iguais, como no exemplo, o que chamamos de crase ou sejam elas diferentes, ou seja, elisão. Por isso, se quer um composto com um nome polissílabo procure um que possua vogais no começo ou final e junte com um monossílabo ou dissílabo que também as tenha, formando uma crase ou elisão no meio do composto (e atentando sempre para a última sílaba tônica). 

Você vai perceber que geralmente só vai conseguir esse efeito se o monossílabo ou dissílabo oxítono terminado em vogal vier antes do polissílabo paroxítono ou proparoxítono.

Clo/é Es/me/ral/da ( 4 sílabas poéticas/ dissílabo + polissílabo paroxítono)
Lis/ Per//fo/ne (3 sílabas poéticas/ monossílabo + polissílabo proparoxítono)

2. Significado

Outro critério a que devemos nos atentar antes de nos decidirmos por um nome tem relação com o seu significado. Não é o critério mais importante pra mim, que adoro o nome Ulisses que muitos continuam a associar com o significado “ódio”. A única coisa que quero chamar atenção nesse ponto, e não quero me demorar, é de que alguns nomes mudam de sentido quando juntamos o segundo. Por exemplo, Maria Luiza. Maria significa rainha soberana, e Luiza significa guerreira. Quando juntamos os dois temos “guerreira soberana”. O mesmo não ocorre em Maria Cecília. Cecília por si só já tem um significado pesado: cega (não que eu fosse me importar, Cecília é um nome que amo). Maria Cecília poderia significar rainha cega, ou rainha dos cegos. Se for algo que importe a você, certifique-se de que a junção dos significados dos compostos que pretende usar não gere aberrações etimológicas e siga feliz. Ou não. 

3. Temporalidade e estilo

Também não vou me demorar nesse tópico porque isso já é exaustivamente discutido em cada postagem sobre qualquer nome que discutimos. Só o que quero apontar é que é importante ter idéia sobre a temporalidade do nome que se pretende juntar a outro. Muitas pessoas ignoram o fato de que alguns nomes são datados de algumas épocas enquanto outros são mais modernos e outros ainda atemporais, clássicos. Não funciona tentar um composto como Sônia Valentina (só um exemplo, esquecendo tudo que falei antes sobre métrica e versificação), porque Sônia é um nome datado e Valentina é um nome vintage, repaginado. Há também quem prefira combinar pelo contraste, o que eu totalmente aprovo pois sugere equilíbrio, como um nome básico e outro um pouco mais extravagante, um clássico/atemporal e um moderno e fresco. Tudo isso é possível, apenas mantenha o bom senso. Estropiações serão totalmente repudiadas.

4. Conselhos adicionais

Procure prestar atenção também a elementos cacófatos no composto desejado. Por exemplo Luca Gabriel (apontado no grupo) em que o encontro da sílaba final do primeiro nome com a inicial do segundo nome gerou um som no mínimo constrangedor. Os cacófatos podem ocorrer também entre o final do nome e o começo do sobrenome e entre os dois sobrenomes. Também atente para a repetição de significados, como Maria Miriam (sendo que Miriam é uma variante de Maria, tendo como resultado Maria Maria) ou a repetição de sons como em Ari Ariel, ou mesmo a rima como em Maria Sofia ou Rui Simão Leão (no caso, Leão como sobrenome). Procure evitar também sibilos nos encontros dos nomes, como Felícia Isabel (sissa) e nomes do tipo “trava-língua” com várias consoantes iguais nos dois nomes.

Lembre-se: é o seu filho, não é um personagem, nem um bichinho de estimação nem um brinquedo. Escolha os nomes deles com cuidado para evitar futuros aborrecimentos. 

Espero ter sido útil.
Abraços, Samara Nogueira.